Pedro Henrique Abreu da Silva & Andressa Santos Garcia – Graduandos do curso de Medicina — Faculdade de Medicina — UFF
Fábio Aguiar Alves — Professor Associado do Departamento de Ciências Básicas - UFF
André Luis Souza dos Santos – Professor Titular do Departamento de Microbiologia Geral – IMPG – UFRJ
Cátia Lacerda Sodré — Professora Adjunta do Departamento de Biologia Celular e Molecular — IB — UFF
A diabetes mellitus é uma doença crônica metabólica caracterizada pelos altos níveis de glicose no sangue e por suas implicações sistêmicas. Nesse sentido, a maior tendência a estados pró-inflamatórios, a complicações vasculares, entre outros, tornam o paciente diabético mais suscetível ao desenvolvimento de casos graves de determinadas doenças, dentre elas, a COVID-19. Diversos estudos têm mostrado uma associação dos diabéticos a casos graves da COVID-19 em comparação a casos não graves, além de um índice de mortalidade, pelo menos, 3 vezes maior pela doença. Devido a esses dados preocupantes, a presente perspectiva concentrou-se em demonstrar os principais pontos de relação entre ambas as patologias. Para isso, enfatizou-se, no artigo, a enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) e seu importante papel como receptor para a entrada do vírus causador da COVID-19 nas células humanas, processo que depende também da proteína viral spike, a qual dá o aspecto de "coroa", responsável pela denominação "coronavírus". Além disso, o artigo descreve a relação do processo de infecção viral com sistemas metabólicos, bem como com a hiperglicemia que está associada a um pior prognóstico dos pacientes. Assim, a conduta terapêutica deve ser sempre avaliada por profissionais da saúde habilitados, sendo a insulina o medicamento de preferência no tratamento de diabéticos em quadros graves da COVID-19. Ainda, analisa-se um possível efeito diabetogênico da COVID-19, em que a infecção poderia ser um gatilho para o desenvolvimento de reações autoimunes contra as células produtoras de insulina. A partir das informações reunidas, ressalta-se, na publicação, a importância de monitorar o controle glicêmico do paciente diabético, tanto antes quanto durante a infecção da COVID-19, visando melhores condutas terapêuticas e, assim, um melhor prognóstico para esses indivíduos.
Laura Maria Andrade de Oliveira & Natália Silva Costa – Pós-doutorandas do PPG-MICRO
Tatiana de Castro Abreu Pinto – Pesquisadora Permanente do PPG-MICRO
A pandemia de COVID-19 tem impactado toda a humanidade, causando milhões de mortes desde seu início em 2020. Contudo, existem outras doenças infecciosas graves, como a meningite, que não podem ser negligenciadas diante da situação atual da saúde pública global e devem continuar sendo combatidas. O Dia Mundial da Meningite, que ocorre todo dia 24 de abril, tem em 2021 a função principal de relembrar a importância da meningite como doença infecciosa. A meningite atinge principalmente crianças com até 5 anos de idade e populações de países pobres, mas surtos ocorrem em todo o mundo todos os anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou oficialmente em 2021 um plano que visa reduzir drasticamente o número de casos e mortes por meningite bacteriana até 2030, e tem como alvo os principais agentes de meningite bacteriana, incluindo Neisseria meningitidis (meningococo), Streptococcus pneumoniae (pneumococo), Haemophilus influenzae e Streptococcus agalactiae (Streptococcus do Grupo B), os quais juntos são responsáveis por mais de 90% dos casos. Para atingir tal objetivo, o plano da OMS se baseia em 5 pilares: prevenção e controle de surtos, diagnóstico e tratamento, vigilância epidemiológica, apoio aos pacientes afetados e desenvolvimento de políticas públicas. A vacinação da população contra meningococo, pneumococo e H. influenzae tem reduzido enormemente os casos de meningite bacteriana no mundo e é uma das principais ações recomendadas pela OMS. No entanto, a emergência de casos de meningite por cepas não contempladas pelas vacinas e por cepas resistentes a antimicrobianos utilizados no tratamento da doença é preocupante. A meningite é transmitida, assim como a COVID-19, por secreções respiratórias, e fatores que permitem o contato mais próximo entre pessoas, como ambientes muito cheios e estações do ano mais frias, podem levar a um aumento do número de casos. Dessa forma, algumas medidas de prevenção e controle da COVID-19, como a higienização das mãos e distanciamento social, contribuem indiretamente também para a prevenção da meningite bacteriana. Por outro lado, a ocorrência de infecções virais respiratórias, como a COVID-19, pode também favorecer o desenvolvimento de infecções bacterianas secundárias, como a meningite. Além disso, o uso generalizado de antibióticos durante a pandemia pode levar ao aumento da ocorrência de cepas bacterianas resistentes, entre as quais estão aquelas que causam meningite. Embora a pandemia de COVID-19 tenha trazido muitos desafios à saúde humana, ela tem nos mostrado que ações globais coordenadas são necessárias e eficazes para o enfrentamento das doenças infecciosas, sejam elas de origem viral ou bacteriana. O Dia Mundial da Meningite em 2021, em meio à pandemia de COVID-19, é um momento de pensarmos adiante, celebrar o lançamento do plano de combate às meningites pela OMS, mas também de refletirmos sobre como as ações humanas do passado repercutem no presente e, portanto, são determinantes para que tenhamos um futuro melhor.
Kamila Guimarães Pinto– Discente do PPG-MICRO
Alessandra Almeida Filardy & Alexandre Morrot – Pesquisadores Permanentes do PPG-MICRO
Angélica Arcanjo, Jorgete Logullo, Paulo Emílio Corrêa Leite, Camilla Cristie Barreto Menezes, Leonardo Freire-de-Lima, Israel Diniz Lima, Debora Decoté-Ricardo, Rodrigo Nunes Rodrigues-da-Silva, Celio Geraldo Freire-de-Lima, Josué da Costa Lima-Junior, Alvaro Luiz Bertho, Paula Mello De Luca, José Mauro Granjeiro, Shana Priscila Coutinho Barroso, Fátima Conceição-Silva, Wilson Savino
A COVID-19 pode progredir para pneumonia grave com insuficiência respiratória e é agravada pela desregulação do sistema imunológico, causando uma inflamação excessiva, incluindo a tempestade de citocinas. Nesse trabalho, relatamos que pacientes com infecção aguda grave têm níveis elevados de interleucinas do tipo 1 e do tipo 2. Nossos resultados mostram níveis anormais dessas citocinas na estimulação de células T, em um perfil não polarizado. Além disso, nossos achados indicam que esta resposta hiperativa de citocinas está associada a um aumento significativo da frequência de células T terminalmente diferenciadas com um fenótipo particular de células efetoras CD28-CD57+ senescentes. Além disso, demonstramos pela primeira vez um aumento da frequência de células T CD3+ CD4+ CD28-CD57+ com expressão do marcador PD-1, característicos de células T em axaustão clonal. Esses achados revelam que a COVID-19 está associado à uma imunodeficiência aguda, especialmente no compartimento de células T CD4+, e aponta para possíveis mecanismos de perda de repertório clonal o que poderia contribuir para eventos de suscetibilidade à doença, recidiva viral e reinfecção.
Homologação das inscrições de Mestrado e Doutorado da Seleção do PPG-MICRO 2023…
Leia mais...A Comissão Organizadora do Edital e a Coordenação de Pós-Graduação em Ciências (…
Leia mais...