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16 11 noticia Micro GraduaçãoCCSPrimeiro de uma série de eventos, o Fórum de Discussão Sobre Ensino de Graduação do CCS busca entender os problemas e trazer melhorias para o ensino de Graduação na área de Saúde. O Evento vai ocorrer de forma remota nos dias 25 e 26 de novembro e conta com a participação de toda a comunidade do CCS.

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27 08 Microbiologia Graduacao BiofertilizantePor Stefanie Camargo. Aluna do curso de graduação em Ciências Biológicas Microbiologia e imunologia, 3º período. Matéria escrita na disciplina de extensão de integração acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas: Divulgação Científica: para entender melhor o mundo. Creditação da extensão no Instituto de Microbiologia.

Sabe-se que a agricultura ecológica vem tomando espaço no agronegócio. A busca por mecanismos menos agressivos de produção e que favoreçam o cultivo de alimentos estão fortemente ligados a manutenção do bem-estar da natureza. Mas como tornar a produção industrial mais sustentável?

A resposta para o questionamento se encontra nos biofertilizantes, chamados assim devido ao Decreto 4954/2004 do Ministério da Agricultura, que foi alterado pelo Decreto 8384/2014 no qual caracteriza-se por biofertlizante qualquer produto que possua qualquer princípio ativo ou composto orgânico e isento de agrotóxico possuindo capacidade comprovada de atuar de forma significativa no aumento da produtividade do cultivo de plantas. Os biofertilizantes são adubos orgânicos produzidos a partir de resíduos vegetais e/ou animais que passam por um processo de fermentação. A partir disso, um líquido rico em nutrientes é formado composto por microrganismos que vão variar de acordo com a forma de preparo e da matéria-prima utilizada, podem derivar de diversos tipos de matéria orgânica, tornando assim sua produção mais fácil, podendo ser caseira e até industrial. Alguns possíveis meios de cultura de microrganismos são: esterco bovino, cama aviária, solo proveniente de regiões com densa vegetação preservada ou microrganismos eficientes conhecidos e comercializáveis, dentre outros. A adição de microrganismos contribui para a fermentação do biofertilizante e para o aumento da população de microrganismos benéficos no solo. A matéria utilizada não pode provocar nenhum tipo de impacto ambiental e será utilizada em técnicas de adubação ou tratamento nutricional da cultura em questão.

A Embrapa cita algumas funcionalidades dos microrganismos em biofertilizantes, como:

• ciclagem da matéria orgânica, auxiliando na disponibilidade e na reposição de nutrientes para as plantas e aumentando a fertilidade do solo;
• fixação biológica de nitrogênio;
• solubilização de fosfato;
• produção de hormônios vegetais (fitoestimuladores);
• produção de substâncias no solo, que podem atuar na resistência a pragas e doenças e proteção a estresse abiótico.

Os mesmos ainda dizem que: o conhecimento da diversidade microbiana em biofertilizantes é de grande importância para entender quais microrganismos podem estar presentes, como são afetados pela variação do tempo de maturação do produto, quais fatores ambientais os influenciam e como podem atuar na nutrição vegetal.

Portanto, as pesquisas sobre o tema precisam ser amplificadas e especificadas para a produção que deseja adotar o uso dos biofertilizantes, apesar da necessidade de estudo a alternativa soluciona e auxilia várias problemáticas que se referem a produção de alimentos em larga escala, evitando futuros danos causados por alimentos tratados por agrotóxicos e preservando o solo auxiliando no equilíbrio de todo o ecossistema.

27 08 Microbiologia Graduacao RebanhoPor Marcelo Lessa Jr. Aluno do curso de graduação em Ciências Biológicas Microbiologia e imunologia, 1 º período. Matéria escrita na disciplina de extensão de integração acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas: Divulgação Científica: para entender melhor o mundo. Creditação da extensão no Instituto de Microbiologia.

Provavelmente você já ouviu falar sobre imunidade coletiva ou de rebanho, mas você sabe o que isso significa e o motivo de se falar sobre ela no contexto de pandemia, como a da Covid-19? Bem, não precisa se preocupar, pois vamos falar um pouco sobre esse assunto para você ficar a par disso tudo.

Para falar sobre imunidade coletiva temos de falar acerca de uma doença, vamos imaginar uma doença bacteriana que se espalha de pessoa a pessoa. Agora vamos pensar em alguém infectado com ela, essa pessoa pode contaminar um determinado número de pessoas em média. Essa taxa se chama R0, ou número básico de reprodução, contanto que essas pessoas não sejam imunes a infecção. Então se o R0 da nossa doença hipotética for 4, uma pessoa infectada com ela vai passar para aproximadamente outras quatro.

Vamos pensar assim, temos uma ilha com uma população de 999 habitantes que não apresentam imunidade a bactéria causadora da nossa doença hipotética. Se alguém infectado com essa doença chegar nesse local, o microrganismo vai poder se espalhar livremente, indo do paciente inicial para quatro pessoas e de cada uma dessas para outras quatro e assim por diante. Esse seria o caso do exemplo A.

rebanho noticia exemplo 1

Clin Infect Dis, Volume 52, Issue 7, 1 April 2011, Pages 911–916, https://doi.org/10.1093/cid/cir007

Legenda: As setas “inteiras” são os contatos em que ocorre transmissão. As linhas “pontilhadas” são os casos em que não ocorre transmissão. Os indivíduos suscetíveis a doença, que podem pegá-la, são os círculos em branco, e aqueles imunes são os representados por círculos cinza.

Mas vamos pensar em outro cenário, o exemplo B, nele parte da população está imunizado contra essa doença. Desse modo, a bactéria já não consegue chegar a tantas pessoas, é como se ela fosse barrada pelas pessoas imunes. Esse é o efeito da imunidade coletiva, quando uma determinada parcela da população se encontra imune a uma doença, eles acabam protegendo aqueles que ainda são suscetíveis a ela. Há duas maneiras de essa imunização acabar ocorrendo. Na primeira, as pessoas começam a pegar a doença e aquelas que conseguem se recuperar dela podem vir a se tornar imunes. O segundo caso se consegue através da vacinação. Talvez você esteja pensando agora: “Mas quantas pessoas precisam estar imunes para que isso funcione?”. Para termos ideia dessa porcentagem temos a seguinte fórmula: 1-1/R0. Por exemplo, para nossa doença que tem R0=4, teremos: 1-1/4 → 3/4. Assim teríamos de ter 3/4 ou 75% da população imune para que ocorra a imunidade coletiva, essa quantidade mínima se chama limiar. Algo legal de se notar, é que se você voltar lá no exemplo B, sem contar com o “infectado inicial”, temos vinte indivíduos, dos quais quinze ou 75% estão imunes, por isso vemos que a doença não consegue se espalhar de maneira efetiva. O mesmo se aplica a nossa ilha, em que teríamos de ter 750 pessoas imunes, no mínimo, para podermos ver o efeito da imunidade de rebanho. Serão 750 indivíduos levando em conta que há mil pessoas na ilha, as 999 iniciais e o visitante infectado. Algo que é bem legal de se destacar é que a imunidade coletiva mostra a importância da vacinação, não só como proteção individual, mas como modo de defender aqueles próximos de nós que não podem fazer essa prevenção, por serem muito novos ou estarem com o sistema imunológico comprometido, por exemplo.

Agora que tal falar um pouco sobre como esse conceito se aplica a Covid-19? (Obs: as informações que serão apresentadas sobre o SARS-Cov-2 irão até os dados públicos do início de agosto de 2020). Bem, vamos lá. Quando se fala de imunidade coletiva e a Covid-19 alguns detalhes chamam bastante atenção, então vamos ver alguns deles:

Como conseguir alcançar esse objetivo? → Aqui se destaca a diferença de se obter a imunidade de rebanho de maneira natural ou por meio de vacinas. No primeiro caso, teríamos que esperar que as pessoas ficassem doentes e se recuperassem até atingirmos o limiar. O que muita gente parece esquecer é que esperar que as pessoas peguem o vírus naturalmente é o mesmo que esperar um enorme número de casos graves e mortes. Levando isso em conta, a segunda alternativa para alcançarmos esse padrão é bem mais desejável, através da vacinação, no entanto, ainda há aqueles que defendem o primeiro meio. 

Qual limiar precisamos alcançar? → Ainda não se pôde definir um limiar para imunidade coletiva para a Covid-19. Um dos motivos é que o dessa doença não é fixo, em diferentes regiões podem apresentar taxas diferentes, assim como, comportamentos podem afetá-lo, por exemplo, o uso de máscara o diminui. Alguns pesquisadores ainda levam outros fatores em conta para estimar esse limiar, como fatores que deixam determinadas pessoas mais suscetíveis ao vírus. Desse modo, vemos diversas especulações de qual porcentagem da população deve estar imune para que a imunidade coletiva ocorra, mas ainda não dá para saber ao certo.

Por quanto tempo uma pessoa ficará imune? → Ainda não se sabe por quanto tempo uma pessoa recuperada da Covid-19 permanece imune. No caso da vacina, a expectativa é que apenas uma dose baste, mas vemos casos como a H1N1, em que a vacinação é anual, então ainda não sabemos por quanto tempo a reação de uma futura vacina durará. Vale lembrar que o SARS-Cov-2 aparenta ser relativamente estável, um bom sinal para uma vacina duradoura.

Referências:

         

  • sbctacnpqfaperjcapespetrobrassbm
  • rede de tecnologiafinep 2agencia de inovacaosebraeembrapanpi
  • projeto coralperiodicosCurta Logo Print 2cienciacommicrobios
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