Luciana Jesus da Costa – Professora Adjunta do Departamento de Virologia – IMPG – UFRJ
Matheus Mendonça Pereira – CICECO - Aveiro Institute of Materials, Department of Chemistry, University of Aveiro, Aveiro, Portugal
Lívia de Souza Ramos, Thaís Pereira de Mello & Laura Nunes Silva – Egressas do curso de Doutorado do PPG-MICROBIOLOGIA – IMPG – UFRJ
Marta Helena Branquinha & André Luis Souza dos Santos – Professores Titulares do Departamento de Microbiologia Geral – IMPG – UFRJ
Em março de 2020 foi decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a pandemia de COVID-19, uma doença causada pelo novo coronavírus chamado de SARS-CoV-2. A rápida disseminação do SARS-CoV-2 pelo mundo levou ao colapso o sistema de saúde de diversos países e a morte de milhões de pessoas. Dessa forma, a busca por medicamentos para tratar os infectados e, principalmente, conter o agravamento da infecção se tornou uma corrida contra o tempo. Uma antiga estratégia utilizada pela comunidade científica para encontrar novos tratamentos é o reaproveitamento de medicamentos já utilizados na clínica. Como por exemplo a Talidomida, um medicamento inicialmente desenvolvimento para o tratamento de enjoos matinais teve seu uso reposicionado para o tratamento da hanseníase. De uma forma geral essa abordagem permite economizar tempo e dinheiro em comparação ao desenvolvimento de novos medicamentos do zero. Nesse contexto, essa perspectiva fez um levantamento de publicações científicas que demonstraram o efeito de inibidores de proteases disponíveis na clínica para o tratamento de infecções causadas pelos vírus da imunodeficiência humana (HIV) e da hepatite C (HCV) sobre o SARS-CoV2. Em conjunto esses estudos demonstram que inibidores de proteases do HIV e HCV apresentam efeito promissor contra a protease Mpro de SARS-CoV2, um algo importante para conter o ciclo replicativo viral, podendo assim ter seu uso estendido também para o tratamento da COVID-19.