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Autores: Maria Isabel Madeira Liberto1, Catarina Giacóia da Costa2,Ana Cristina Pantoja Simões3 Maulori C. Cabral1

1Dep. de Virologia do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes -UFRJ; 2Secretaria de Educação de Saquarema; 3Mestranda EQ-UFRJ.

Os autores deste texto consideram a dengue como uma doença de cunho educacional, cuja transmissão depende dos mosquitos da espécie Aedes aegypti, contaminados com vírus. Esses mosquitospodem ser eliminados do ambiente, mas para combatê-los é preciso conhecê-los. Infelizmente, embora ninguém queira ter dengue, a decisão não depende apenas da pessoa e sim de toda acomunidade com a qual ela convive, pois essa é uma doença, essencialmente, educacional. O caráter educacional da dengue é correlacionado com o grau de civilidade da população. Quanto maisesclarecida e conscientizada for a comunidade, menor será a chance das pessoas pagarem tributo a essa virose. Quando uma pessoa contrai dengue pela segunda vez, a doença tende a ser mais grave.

Predisposição ou resistência de um indivíduo às infecções virais são características de natureza genética, não há como saber em qual delas você se classifica: só experimentando a infecção. Diantedesta situação, cada pessoa pode escolher se quer ou não correr o risco de contrair dengue. Para se prevenir, basta eliminar os possíveis criadouros de mosquitos. ENTRETANTO, se na vizinhança,alguém preza em criar mosquitos da espécie A. aegypti, como animais de estimação, ENTÃO, o risco continua, pois as mascotes do vizinho podem estar contaminadas com um dos quatro tipos devírus da dengue.

Dentre os mosquitos existentes na Natureza, somente as fêmeas das espécies hematófagas necessitam de sangue. Se não estiverem contaminadas, podem adquirir a virose ao picar alguém infectado e, estando contaminadas, ao picar, inoculam os vírus nas outras pessoas, alvos da picada.. Dengue, Febre Amarela e Febre do Oeste do Nilo (Febre do Nilo Ocidental) são exemplos de viroses veiculadaspor mosquitos. Portanto, para evitá-las, basta eliminar os artrópodes vetores. As fêmeas precisam de componentes do sangue para maturação dos ovócitos. Para postura, elas procuram reservatórioscom água rica em matéria orgânica (onde proliferam micróbios), para suprir a alimentação da prole. Dos ovos eclodem as larvas que crescem e transformam-se em pupas. Estas, transformam-se emadultos. Quando essa seqüência de eventos acontece dentro de uma Mosquitérica, os adultos ficam presos e não iniciam novo ciclo de vida (Figuras 1A e 1B).

Com estas informações, esperamos motivar os leitores a evitar o risco de contrair dengue ou outras flaviviroses urbanas e a tornarem-se multiplicadores deste conhecimento, que apresenta umaforma simples e eficaz para eliminar esses artrópodes do ambiente . Como motivação educacional sugerimos o uso da Mosquitérica (armadilha letal para mosquitos), cujo nome advém da ideia: MOSQUIToeira genÉRICA.

Para construir uma mosquitérica é muito simples:

1. Junte uma garrafa pet de 1,5 ou 1,75 litros; uma tesoura; uma lixa para madeira nº 180; um rolo de fita isolante preta; um pedaço de microtule, quatro grãos de alpiste ou uma pitada de terra deJardim (conforme apresentados na Figura 1A);

2. Tire a tampa da garrafa e remova o anel do lacre, sem quebrá-lo.

3. Cubra a boca da garrafa com o microtule. Use o anel do lacre como presilha

dengue 1 

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4. Corte a garrafa em duas partes. Uma das partes vai servir de copo e a outra, como um funil, será a tampa; Agora lixe toda a superfície que corresponde à face interna do funil, até torná-lacompletamente áspera e fosca;

5. Identifique, de cima para baixo, o intervalo de altura que vai da boca do copo até o fundo fosco da tampa. O ponto médio desse intervalo deve ser considerado como a altura do nível da água na suamosquitérica. Marque-o com um pedaço de fita isolante, colado no lado de fora do copo.

6. Coloque o alimento (quatro sementes de alpiste ou uma pitada de terra de jardim dentro do copo; posicione o funil, simetricamente, com o bico para baixo e fixe as duas partes da mosquitérica, usando fita isolante.

7. Acrescente água no copo, de forma que fique uma camada aérea de 1 a 4 cm (da boca do copo para baixo, como indicado no item 3). Ponha a armadilha em local fresco e sombreado. Como a águaevapora, complete semanalmente o nível, para encharcar os ovos que foram depositados na borda da água. Em poucos dias, será possível visualizar larvas nadando na mosquitérica. As larvas se alimentarão dos micróbios presentes na água, que são alimentados pelos grãos ou terra adicionados.

8. Para saber se as larvas são da espécie Aedes aegypti, use a luz de uma lanterna. Se as larvas fugirem da luminosidade (fototactismo negativo), são A. aegypti. Então, você pode ter certeza, temalguém na redondeza criando esses “bichinhos”, como “mascotes”;

9. Para trocar a água quando estiver muito suja, agite a Mosquitérica até encharcar todos os mosquitos alados que estiverem presos. Tire a tampa e derrame a água na terra do jardim;

10. Lave os componentes da Mosquitérica e a reutilize.

Incentive o hábito da cidadania entre os vizinhos mostrando o nível de civilidade da sua família. Fazer seu vizinho feliz, protegendo-o de pegar dengue é o lema. Isso já foi adotado com sucesso, nasescolas de Saquarema-RJ, sob a coordenação da Profa. Catarina Giacoia da Costa.

Curiosidade sobre os Aedes aegypti: As cerdas dos mosquitos detectam a radiação infravermelha (calor) que emana do nosso corpo descoberto. Você pode demonstrar essa radiação com o display dequalquer câmera digital e o controle remoto de qualquer aparelho. Ao acioná-lo, direcionando-o para a câmera, a emissão é detectada, embora quando olhado, diretamente, nenhuma diferença seja notada por nós, da mesma forma que não percebemos a aura de calor emitida pelo corpo, mas os A. aegypti a percebem, da mesma forma que o display da câmera.

Referências:

1-TRATTNER, E.R. 1967. Arquitetos de idéias. 3ª edição. Ed. Globo. Porto Alegre.

2-LIBERTO, M.I.M.; CABRAL, M.C.; LINS, U.G.C. 2012. Microbiologia Vol 2. Ed. CECIERJ. Rio de Janeiro.

3-SPIELMAN, A.; D’ANTONIO, M. 2004. O mosquito A história natural do mais persistente e mortal inimigo do homem. Editora Replicação Ltda. Lisboa.

4-www.faperj.br/downloads/mosquiterica.pdf.

5-http://ediurb.

Euplotes sp e Paramecium sp Créditos: Inácio Domingos da Silva Neto

Por Marcio Maciel

Os protistas são organismos eucariontes, unicelulares, autótrofos ou heterótrofos. Podem ser classificados basicamente de acordo com o tipo de organelas locomotoras em: Rizópodes ou Sarcodíneos, Ciliados, Flagelados ou Mastigóforos e Esporozoários (que não apresentam estruturas para locomoção). Esses organismos obtiveram grande sucesso na colonização de vários habitats, sendo a maioria de vida livre e encontrada em ambientes como: solo úmido, água doce, marinhos, corpos de água salobra, tanques de bromélias, musgos, e também em ambientes artificiais, como em tanques de estação de tratamento de esgoto.

Hoje em dia o mundo inteiro se preocupa com o grande consumo dos recursos hídricos e a falta de tratamento das águas. O lançamento de esgoto in natura representa uma das principais fontes de poluição nos corpos d’água. A disposição adequada dos esgotos é essencial para a saúde pública e para a proteção do meio ambiente. Dentre os sistemas de tratamento de esgoto existentes, podemos destacar o tratamento biológico por lodos ativados. Esse sistema é amplamente empregado devido à eficiência alcançada associada à pequena área de implantação requerida, quando comparado com outros sistemas de tratamento. O processo de lodos ativados consiste em submeter esgotos brutos ou pré-decantados à aeração artificial em unidades de tratamento denominadas tanque de aeração. Esta aeração artificial pode ser promovida tanto por insuflação de ar comprimido no interior do tanque quanto pela agitação da sua superfície líquida, para que possa ser dissolvido o oxigênio atmosférico e impedir que as partículas em suspensão se depositem no fundo do tanque de aeração. Em seguida, o efluente é encaminhado para o decantador secundário, onde ocorre a sedimentação devido a ação dos micro-organismos, principalmente, os protistas ciliados.

Microbiologia do Lodo Ativado

Bactérias e protistas são os principais micro-organismos presentes no lodo ativado, sendo eventualmente encontrados outros organismos como micrometazoários. Os protistas ciliados são importantes indicadores da eficiência do processo de clarificação do esgoto, desde então, tem sido descritas associações entre desempenho da planta de lodo ativado e comunidade desses micro-organismos. Em estações de tratamentos por lodos ativados, os ciliados são sempre os mais dominantes, embora se observe também flagelados e amebas. A ocorrência e abundância de algumas espécies de protistas podem variar de acordo com a operação da estação. Quando o sistema opera com altas cargas orgânicas de afluentes ocorre redução na densidade dos protistas ciliados e predomínio de flagelados e amebas, e o efluente final mostra-se de péssima qualidade.

Os ciliados são de grande importância para verificar a eficiência no processo de tratamento de esgoto. Contudo, a falta de pessoas especializadas na identificação desse grupo de protista e, a falta de um guia com as principais espécies indicadoras de qualidade do esgoto é um problema ainda negligenciado.

micromundo 1

Referências:

Curds, C.R. 1992. Protozoa and the water industry. Cambridge University press. Cambridge. 121p.

Siqueira de Castro, I.C.V; Da Silva-Neto, I.D, 2009. Morfologia de Ciliados Haptoriais (Protista: Litostomatea) Encontrados em uma Estação de Tratamento de Esgoto da Cidade do Rio de Janeiro, RJ. Revista Brasileira de Zoociências VOL. 11, Nº 3

capaO Trabalho  publicado no periódico Current Opinion  in Microbiology intitulado  “Vesicular mechanisms of traffic of fungal molecules to the extracellular space” dos autores Marcio L Rodrigues,  Anderson J​. Franzen, Leonardo Nimrichter e Kildare Miranda,  tem  a foto do modelo da formação da vesícula, como capa desta edição.​  ​

Marcio L Rodriguese  Leonardo Nimrichter são pesquisadores do Instituto de Microbiologia.

Referencia: Current Opinion in Microbiology 2013, 16:414–420

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