Por Matheus Apolinário. Aluno do curso de graduação em Ciências Biológicas Microbiologia e imunologia, 3º período. Matéria escrita na disciplina de extensão de integração acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas: Divulgação Científica: para entender melhor o mundo. Creditação da extensão no Instituto de Microbiologia.

Ao longo da história, a humanidade avançou de tal forma que a complexidade de pesquisas científicas e a enorme quantidade de dados obtidos tornaram necessário o surgimento de uma nova ferramenta para dar conta da demanda por espaço de armazenamento e análise de dados e auxiliar a ciência em constante crescimento. Assim, a bioinformática surgiu unindo a capacidade de produção de informação da biologia, com o potencial de armazenamento, organização e interpretação da computação. Seu desenvolvimento tem como principal objetivo lidar com o processo de desenvolvimento e gerenciamento de banco de dados, como também a criação de programas para captação e análise de informações, e até simulação de funções biológicas. São diversas as áreas e técnicas da biologia que fazem uso dessa tecnologia, como por exemplo, a de sequenciamento de material genético, uma das mais conhecidas e responsável por impulsionar a bioinformática por volta das décadas de 1980 e 1990.

De modo geral, essa área da ciência, de caráter multidisciplinar, pode ser dividida em dois grande tópicos: a bioinformática tradicional (clássica), a qual está relacionada majoritariamente com sequências de nucleotídeos e aminoácidos; e a bioinformática estrutural, empregando a tecnologia 3D para tratar de questões biológicas, baseando-se principalmente em técnicas de modelagem computacional - assim, a bioinformática trabalha buscando solucionar problemas tanto de origem sequencial quanto estrutural. No primeiro caso, por exemplo, é possível realizar análises individuais ou de populações, investigar relações evolutivas de organismos, e também comparar sequências e identificar assinaturas padrões. Já no outro, em contrapartida, há uma maior exigência por se tratar de estruturas mais complexas - trabalho que engloba montagem de estruturas tridimensionais de biomoléculas, análise do modo de interação e estudo de dinâmica molecular.

Assim sendo, o que antes demorava meses ou até anos para gerar resultados, hoje a bioinformática permite que seja efetuado em dias. Com a utilização de equipamentos mais modernos e potentes, a presença de um profissional especializado na área de bioinformática tem se tornado cada vez mais necessária nos laboratórios. É de responsabilidade do bioinformata processar e analisar o material trabalhado, podendo também realizar comparação com banco de dados. O mercado de trabalho para a área, por sua vez, é bem diverso, sendo possível seguir carreira acadêmica, como pesquisador ou professor; atuar em hospitais e laboratórios de análises clínicas, além de poder também atuar na indústria do setor biológico.

REFERÊNCIAS

BIOINFORMÁTICA DA BIOLOGIA À FLEXIBILIDADE / Organização de Hugo Verli; Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular- SBBq;
Bioinformática: saiba mais sobre essa profissão multidisciplinar que cresce a cada dia:
O que é Bioinformática? www.ufrgs.br