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27 08 Microbiologia Graduacao RadioativoPor Pedro Barbosa. Aluno do curso de graduação em Ciências Biológicas Microbiologia e imunologia, 3º período. Matéria escrita na disciplina de extensão de integração acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas: Divulgação Científica: para entender melhor o mundo. Creditação da extensão no Instituto de Microbiologia.

Na madrugada de 1986, o mundo ficou chocado com as noticias do Desastre de Chernobyl. Uma série de falhas no projeto do reator, somada às ações de seus operadores durante um teste de segurança ocasionaram condições de reações descontroladas, desencadeando o maior acidente nuclear da história. A estimativa quanto ao numero de baixas levanta dúvidas até os dias de hoje e a região continua a emanar alta radiação. Contudo, a região de Chernobyl não está assim tão abandonada. Diversas espécies de fungos tem habitado o ambiente extremamente radioativo que emergiu do desastre nuclear de 1986.

Nas ruínas da antiga usina, cientistas já registraram cerca de 200 espécies variadas de fungos, que além de conseguirem suportar os elevados níveis de radiação, são capazes de se alimentar dessa mesma radiação. Fungos com essa capacidade são conhecidos como fungos negros ou fungos radiotróficos, e têm como diferencial a presença do pigmento melanina. É através desse tipo de proteína, que essas espécies conseguem converter a radiação gama da região, em energia química, obtendo assim a alimentação necessária para o seu metabolismo.

Além disso, o papel desses microrganismos contra níveis de radiações prejudiciais tem despertado o interesse de diferentes departamentos científicos. Dentro desse espectro, pesquisadores trabalham com a perspectiva de que as propriedades dessas espécies possam ser utilizadas para auxiliar pessoas em exposição à radiação, como pacientes de radioterapia e profissionais de usinas nucleares. Os pesquisadores também esperam que esses organismos venham a ser utilizados para o desenvolvimento de um suprimento biológico de energia por meio da conversão de radiação em diferentes moléculas.

Essa revelação, inclusive, faz com que os cientistas acreditem que em outras partes do universo possam existir formas de vida com capacidade de se desenvolver em ambientes cheios de radiação, e esses fungos podem ser a resposta. Um estudo em andamento na Estação Espacial Internacional tem como objetivo a utilização dessas espécies para que os seres humanos conquistem novos mundos, já que a radiação é uma das principais barreiras para as viagens através do Sistema Solar. Espécies recolhidas da usina ucraniana têm sido estudas, na esperança de que ao serem lançadas no espaço, sejam capazes de sobreviver à radiação e gerar novos compostos que auxiliem na exploração de novos planetas, além de sua possibilidade para usos nutricionais e medicinais.

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