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zicaPor Sharton Vinicius Antunes Coelho

Matéria escrita na disciplina de extensão de integração acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas: Microbiologia e Imunologia

O Brasil vem apresentando nos últimos meses um grande aumento do número de casos de microcefalia em recém-nascidos, os quais parecem estar relacionados com a emergência do Zika vírus (ZIKAV). Dados epidemiológicos fornecidos pelo Ministério da Saúde apontam mais de 3000 casos suspeitos, em 21 unidades da federação, e os números vem crescendo a cada dia. Diante dessa situação, o estado declarou emergência em saúde pública em novembro de 2015, a fim de facilitar o avanço das investigações que são desempenhadas conjuntamente pelas secretarias estaduais e municípios de saúde. Até o momento os casos são massivamente localizados no nordeste do país, predominando no estado de Pernambuco, seguido por Paraíba e Bahia; no entanto, há também casos suspeitos notificados em vários outros estados brasileiros.

O Zika vírus é uma arbovirose transmitida pela picada do mosquito vetor Aedes aegypti, assim como o vírus da Dengue e Chikungunya. A doença apresenta sintomas como dores de cabeça, febre, mal-estar, artralgia, dentre outros. Geralmente são sintomas autolimitados de curta duração (3-7 dias) e podem ser confundidos com outras infecções como Dengue,Chikungunya e Febre de Oropouche. O diagnóstico laboratorial de ZIKAV baseia-se principalmente na detecção de RNA viral a partir de espécimes clínicos, pois ainda não há testes sorológicos comerciais disponíveis.O primeiro isolamento do vírus foi reportado em abril de 1947 em amostras de soros de macacos Rhesus e posteriormente em um lot de A. africanus em 1948 por G.W.A. DICK do Instituto Nacional de Pesquisa Médica em Londres. O vírus recebeu o nome de Zika vírus devido ao local onde foi isolado, Floresta Zika, Uganda.  Recentemente, foi reportado um surto na Polinésia Francesa, durante o qual foi também relatado um aumento de problemas neurológicos em recém-nascidos em áreas relacionadas ao surto desse vírus.

A microcefalia caracteriza-se por uma má-formação congênita no desenvolvimento do cérebro (perímetro cefálico menor que 32 cm) decorrente de diversos fatores, tais como agentes biológicos e substâncias químicas. Nos casos ocorridos recentemente, as gestantes cujos bebês desenvolveram a microcefalia geralmente apresentaram sintomatologia da infecção por Zika virus no primeiro trimestre de gravidez. Ainda que não se tenha a confirmação exata sobre a relação causal do Zika vírus com a má-formação, a associação da infecção com os casos de microcefalia surgiram a partir de evidencias epidemiológicas marcadas pelo aumento do número de casos posterior ao surto de Zika. Em seguida, houve a detecção do vírus em amostras de tecido e sangue de uma recém-nascida no Pará portadora da má-formação congênita. Os resultados desses exames foram disponibilizados pelo Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério da saúde em Belém (PA). A partir das análises realizadas na recém-nascida, que veio posteriormente a óbito, o Ministério da Saúde confirmou a relação do vírus com a microcefalia.

Mesmo não havendo tratamento específico, devido as diversas complicações que a má-formação acarreta, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece suporte com o objetivo de auxiliar o desenvolvimento dos recém-nacidos e crianças que apresentem a má-formação congênita.

O combate ao mosquito vetor é a principal medida de prevenção contra a infecção pelo vírus. Nichos de água parada, tais como, latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos, dentre outros devem ser verificados. Além disso, a utilização de repelentes, telas de proteção, mosquiteiros e roupas  compridas ajuda a previnir o contato com o mosquito transmissor e são medidas indicadas pelo Ministério da Saúde, particularmente para gestantes. Para os profissionais da saúde cabe a orientação às gestantes sobre as medidas individuais e coletivas de proteção e combate ao mosquito Aedes aegypti. O ministério da Saúde orienta também para que os profissionais de saúde se atentem para uma cuidadosa avaliação da idade gestacional e do perímetro cerebral dos bebês. Casos suspeitos de microcefalia devem ser notificados no registro de nascimento através do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), a fim de facilitar as medidas a serem desempenhadas pelos órgãos responsáveis.

Fontes:                   

DICK, G.w.a.; KTCHEN, S.f.; HADDOW, A.j.. Comunication: Zika Vírus: Isolation and Serological Specificity. Transactions Of The Royal Society Of Tropical Medicine And Hygiene, New York, v. 46, n. 5, p.509-520, set. 1952.

Maria S. C. Lobo et al..Serviço de Epdemiologia e Avaliação (SEAV). Seção de epidemiologia e estatística (SEE). Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). Informes epidemiológicos, número 27, Unidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Junho/2015.

Nota técnica sobre Zika vírus (ZIKV). Surto de Doença Exantemática na Bahia. Secretaria de Saúde de Minas Gerais, Subsecretaria de Vigilância e Proteção à Saúde, Superintendência de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador, Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Minas Gerais (CIEVS MINAS).

Situação Epidemiológica da Dengue, Chikungunya e Zika. Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, n°1, 07 de julho de 2015.

Informativo Epidemiológico Dengue, Chikungunya e Zika vírus. Secretaria da Saúde, Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Semana Epidemiológica 51 (06/12 a 26/12), dezembo de 2015.

OLIVEIRA, W.K..Zika virus: Informações sobre a doença e investigação de síndrome exantemática no Nordeste. Coordenação Geral de Vigilância e Resposta às Emergências de Saúde Pública. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Secretaria de Vigilância em Saúde.

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/197-secretaria-svs/20799-microcefalia

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/11/1707673-governo-diz-que-ligacao-entre-zika-e-microcefalia-e-altamente-provavel.shtml

http://laboratoriomultilab.com.br/microcefalia-especialista-tira-duvidas-sobre-relacao-da-doenca-com-o-zika-virus/

http://www.sbi.org.br/noticias/95

http://www.scientificamerican.com/article/what-s-behind-brazil-s-alarming-surge-in-babies-born-with-small-heads/

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151126_zika_gravidez_polinesia_lab

http://www.dengue.org.br/dengue_prevenir.html

www.paho.org - Zika Virus Infection - PAHO/WHO

noticia microPor Igor Braga

Matéria escrita na disciplina de extensão da integração acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas: Microbiologia e Imunologia

Com o desenvolvimento da tecnologia, uma área especifica da ciência vem crescendo exponencialmente e ganhando muita força, a astrobiologia. Tendo seu primeiro projeto em 1959 e seu primeiro programa estabelecido em 1960 (ambos pela NASA), a astrobiologia, desde então, vem se desenvolvendo e já apresenta várias missões, como “Viking program” (1970), “beagle 2” (2003), “EXPOSE” (2008) e a última sendo a “mars Science laboratory” – “Curiosity” – ( 2012).

A astrobiologia é o estudo da origem, evolução, distribuição e futuro da vida no universo, seja na terra ou em outros planetas, e até em outros sistemas solares. Esta área multidisciplinar faz o uso da física, química, astronomia, biologia, biologia molecular, ecologia, geografia e geologia para investigar a possibilidade da existência de formas de vida, no passado e no presente, que comprovem a vida em outros planetas e outros sistemas solares. 

Meteróides e asteroides também são alvos de pesquisa, pois de acordo com a hipótese de panspermia, a vida na terra pode ter sido trazida por meteróides que abrigavam formas de vida primária, para isso, são implementadas buscas por indícios de vida nos mesmos, e tais pesquisas já conseguiram detectar matérias orgânicas em algumas amostras.

Sendo marte o planeta mais semelhante ao planeta terra, muitas missões e pesquisas são direcionadas para tal. 

“Curiosity “foi a última e, ainda ativa, missão enviada a marte, a partir dela a NASA decidiu focar sua busca em evidencias de vida antiga; pesquisa que perdura de 2012 até então. Durante esses 4 anos de pesquisa, alguns importantes achados foram feitos, e os principais foram:

  • Lugar adequado para a vida: A sonda curiosity achou que, na Marte antiga, havia a química certa para suportar uma vida microbiológica. Foram achados enxofre, nitrogênio, oxigênio, fósforo e carbono (ingredientes chave para a vida) na amostra do pó obtido a partir da perfuração de "Sheepbed" mudstone in Yellowknife Bay. A amostra também revelou minerais de argila e não muito sal, sugerindo a possibilidade de ter havido água potável no local.
  • Carbono orgânico nas rochas de Marte: moléculas orgânicas são a matéria prima para a vida, e foram achados em uma amostra em pó da rocha do mesmo local citado a cima. Este achado não indica necessariamente que houve vida em Marte, mas comprova que há “ingredientes” para que a vida possa acontecer neste planeta. Evidencia também o fato de que a matéria orgânica antiga pode ser preservada.
  • Presença e atividade de metano na atmosfera de Marte: foi detectado um nível de metano na atmosfera de Marte. Em um período de dois meses, foi observado um aumento de dez vezes da quantidade de metano. Isso foi um importante achado, pois metano pode ser produzido por microrganismos ou reações químicas (entre água e rocha por exemplo). O que estará causando essa presença?
  • Radiação em Marte: Foi identificado um nível de radioatividade acima do seguro para astronautas (estabelecido pela NASA). Duas formas de radioatividade foram encontradas: “galatic cosmic rays – GCRs” – (partículas causadas por explosões de supernovas e outros eventos de alta energia fora do sistema solar) e solar “energetic particles - SEPs “– (associado a explosões solares e ejeções de massa coronal do sol. A NASA usará dados de curiosidade para projetar missões seguras para os exploradores humanos)
  • Atmosfera espessa e água no passado de Marte: Foi encontrado na atmosfera as formas mais pesadas (isótopos) de hidrogênio, carbono e argônio, o que indica que o planeta em questão perdeu muito de sua atmosfera original e seu “inventário” hidráulico.
  • Foram encontradas rochas suaves e arredondadas que, provavelmente, rolaram por pelo menos algumas milhas. Elas se parecem com uma calçada quebrada, mas elas são uma base rochosa feita de fragmentos menores cimentadas juntas, ou o que os geólogos chamam de um conglomerado sedimentar. Isso indica que houve um fluxo contínuo de água na altura do joelho.

Com tais descobertas, a Astrobiologia vai avançando e trazendo novas esperanças para astro biólogos, causando a emergência de novas perguntas.

Novos projetos vem sendo pensados e arquitetados, projetos como: ExoMars (projetada pela agência espacial europeia – ESA) que irá buscar “ biosignatures” (substâncias que deflagrem inícios de vida em Marte) e está prevista para 2018 e a Mars 2020 (está em desenvolvimento pela NASA e tem possibilidade de ocorrer em 2020) que pretende investigar ambientes em Marte relevantes para a astrobiologia , investigar sua superfície, processos geológicos e história , incluindo a avaliação da sua habitabilidade passada e potencial para a preservação de biosignatures” e biomoléculas dentro de materiais geológicos acessíveis.

 

Referencias:

https://en.wikipedia.org/wiki/Astrobiology#Missions

http://mars.nasa.gov/msl/mission/science/results/

http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/quatro-principais-descobertas-marte-852505.shtml

http://www.galeriadometeorito.com/2014/12/sonda-curiosity-revela-grandes-descobertas-em-marte.html#.VsN0ytBrnC8

https://pt.wikipedia.org/wiki/Exobiologia

conhecendoaufrj2015O Estande do Instituto de Microbiologia Paulo de Goes, foi coordenado por Luciana B. Arruda, com a colaboração da Renata Campos. As palestras foram ministradas pelos Prof. Marco Antonio Miguel e Luciana J Costa. Os ​Alunos ​ que participaram do evento foram Sharton Vinicius Antunes Coelho, Thiago Silva, Giovana Bomgiovanni, Carolina Pacini, Patricia Rocha, Mariana Verdan, Rodrigo Graça, Fernada da Silva Carvalho Rei, Andressa Temperini de Oliveira Marri, Igor Correa da Costa Braga, Thabata Avelar de Barros e Victor Santos.

Veja aqui todas as fotos do estande

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