Vagas abertas para base Búzios (RJ) e Arraial d'Ajuda (BA).
Estão abertas as inscrições para estágio no Coral Vivo. Serão aceitos estudantes de qualquer curso superior (graduação, mestrado ou doutorado) e é importante que os candidatos tenham interesse nas áreas recifais e/ou na relação desse ambiente com a sociedade.
Se você já é cadastrado, faça seu login e escolha um dos períodos disponíveis para se candidatar, só assim sua inscrição será validada para as vagas disponíveis.
Por Maria Bellio
O prêmio Nobel de medicina deste ano foi dividido entre três imunologistas: o canadense Ralph Steinman, o americano Bruce A. Beutler e luxemburguês Jules A. Hoffmann.
O primeiro deles, que infelizmente morreu três dias antes do prêmio ser anunciado, foi agraciado por suas descobertas sobre as células dendríticas e seu papel na imunidade adaptativa, enquanto que os outros dois receberam o prêmio por suas descobertas sobre a ativação da imunidade inata. De fato, a resposta imunitária pode ser dividida em dois tipos de resposta: a resposta inata, primeira a entrar em ação quando da invasão do organismo por um patógeno, e a resposta adaptativa, mais tardia, porém provida de memória. Graças à existência da resposta adaptativa, ficamos imunes a doenças infecciosas que já nos acometeram, e é este tipo de resposta que permite que as vacinas nos protejam. A resposta adaptativa, no entanto, depende da ativação prévia da resposta inata para acontecer e estes dois tipos de resposta são interdependentes em vários aspectos.
Ralph Steinman, professor da The Rockefeller University (Nova Iorque - EUA), identificou um tipo celular denominado células dendríticas (DCs) e caracterizou o papel destas células na resposta imunitária: as DCs apresentam antígenos aos linfócitos T e os ativam. Uma aplicação recente de suas descobertas é a utilização das DCs em vacinas antitumorais. O princípio dessas vacinas, em sua grande maioria ainda experimentais, é o de induzir a maturação in vitro das DCs do paciente e carregá-las de antígenos derivados das células tumorais. Ao serem devolvidas ao mesmo paciente do qual foram isoladas, estas DCs irão ativar maciçamente os linfócitos T específicos contra os antígenos tumorais. Esses linfócitos T, por sua vez, orquestrarão a eliminação do tumor por mecanismos ainda não de todo esclarecidos (veja esquema).
Já Bruce A. Beutler e Jules A. Hoffmann, trabalhando nos EUA e na França respectivamente, fizeram importantes descobertas sobre os receptores Toll da imunidade inata. A equipe de cientistas liderada pelo professor Hoffmann demonstrou em 1996 a importância destes receptores na imunidade da mosca da fruta (Drosophila) contra infecções fúngicas. Este estudo abriu novas perspectivas no estudo da imunidade inata, a qual ganhou impulso com a subseqüente descoberta da existência de vários receptores deste tipo (Toll-like) em mamíferos, feita por outros grupos de pesquisadores, incluindo o do professor Beutler.
Alguns laboratórios do departamento de Imunologia do IMPG possuem linhas de pesquisas que envolvem o estudo do funcionamento das células dendríticas e dos receptores Toll-like, em diferentes modelos experimentais.
Por Alexandre Soares Rosado
Pesquisadores do Instituto de Microbiologia, coordenados pelos professores Alexandre Rosado e Raquel Peixoto, realizam uma pesquisa sobre micro-organismos da Antártica, com o auxílio do Programa Antártico Brasileiro (Proantar).
As amostras foram isoladas de plantas vasculares (plantas com tecidos especializados para o transporte de água e seiva) e outros ambientes típicos da região.
Devido ao clima único, a Antártica possui ecossistemas terrestres e marinhos com micro-organismos que possuem características especiais como resistência a baixas temperaturas (psicrófilos). Outra propriedade já descrita é a alta resistência a radiações. Uma espécie de Deinococcus sp. isolada da Antártica pode suportar 5.000 vezes mais radiação do que qualquer outro micróbio conhecido. Com o auxilio da técnica de pirosequenciamento, milhares de sequências de DNA foram analisadas e muitas novas espécies descobertas, demonstrando a grande diversidade microbiana da Antártica. Parte desses resultados foi publicado na revista ISME Journal, que faz parte do grupo de publicações da Nature. Essa pesquisa comprova o grande potencial dessas amostras para estudos biotecnológicos. Micro-organismos psicrófilos têm grande aplicação em vários setores industriais como na produção de biosensores, enzimas, processos de biorremediação e na indústria de alimentos. Por produzirem substâncias bioestabilizadoras, podem ser utilizados na indústria de cosméticos e são fonte para pesquisa de novos antibióticos.
Leitura e links recomendados:
http://www.nature.com/ismej/journal/v4/n8/full/ismej201035a.html
http://www.nature.com/news/2011/110404/full/news.2011.207.html