Logo do Site

29 05 Microbiologia Noticia1Por Pedro Vaz Monteiro Dias Aluno do curso de graduação em Ciências Biológicas Microbiologia e imunologia, 7º período. Matéria escrita na disciplina de extensão de integração acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas: Projeto de Extensão Ciência com Microbios. Creditação da extensão no Instituto de Microbiologia.

Infecções bacterianas são comumente reportadas no mundo todo, sendo a causa de mortes e invalidez em diversos pacientes. Normalmente é receitado um antibiótico para tratar essas infecções, o que é sensato e recomendado, entretanto o uso indiscriminado de antibióticos é uma ameaça global à saúde pública que vem acontecendo em todo o mundo, uma vez que pode ocorrer uma seleção de bactérias resistentes, dando origem a “superbactérias”. A resistência a esses antibióticos acontece por uma seleção natural em um sistema fechado, onde a utilização frequente destes seleciona uma bactéria que contém uma resistência natural ao tratamento. Por isso, a automedicação, a prescrição desnecessária e a interrupção de um tratamento são formas de selecionar as bactérias resistentes e ajudar na sua proliferação.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu comunicado em 2014, alertando sobre o grande crescimento de bactérias resistentes, e em 2018 o Órgão publicou dados sobre a discrepância do uso de antimicrobianos ao redor do mundo, em alguns países a utilização de antimicrobianos alerta, remédios com alto potencial para selecionar bactérias resistentes, chegou a 50% do consumo total de antibióticos. Esse problema apresenta gravidade, quando infecções comuns, como a pneumonia, se tornam resistentes ao tratamento com antibióticos.

Porém, o grande perigo é quando a bactéria hospitalar resistente entra em contato com o ambiente externo, disseminando para as demais bactérias um gene que auxilia na sobrevivência frente ao composto tóxico para elas. Essa resistência pode ocorrer por uma mutação natural ou por transferência horizontal de genes, sendo esse último o mais comum. Não é difícil ocorrer um processo onde uma bactéria doa um gene de resistência para outra, comumente por pequenos fragmentos de DNA circular que contém estes genes de resistência chamados de plasmídeos. Essa transferência pode ser feita por contato entre as bactérias, por fragmentos de genes liberados no meio ambiente  ou por transdução viral.

É importante lembrar que todas essas transferências podem ocorrer no ambiente aberto ou fechado, como o corpo de um paciente, e o uso frequente e desregulado de antimicrobianos é o que modifica o meio para selecionar bactérias resistentes, aumentando a geração dessas bactérias.

Torna-se evidente, portanto, que o uso desses remédios deve ser regulado e feito com cuidado, a fim de evitar a geração de superbactérias, é também importante reforçar as boas práticas médicas, evitando a contaminação do meio ambiente com bactérias resistentes a antibióticos.

Referências:

The Antibiotic Resistance Crisis - C. Lee Ventola at al.

21 05 Microbiologia posPor Renata Silva de Lima. Aluna do curso de graduação em Enfermagem, 5º período. Matéria escrita na disciplina de extensão de integração acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas: Projeto de Extensão Ciência com Microbios. Creditação da extensão no Instituto de Microbiologia.

A bactéria Staphylococcus aureus, encontrada na microbiota humana, em determinadas circunstâncias pode provocar desde simples às mais graves infecções, sendo considerada a de maior virulência do seu gênero. Sua enorme capacidade de adaptação e resistência à maioria dos antimicrobianos, colocou-a atualmente entre as espécies mais  importantes  nas infecções hospitalares e por estar presente na pele e nasofaringe, torna-se difícil a erradicação de S. aureus dos ambientes, principalmente o hospitalar.

Com a ampla utilização de antimicrobianos beta-lactâmicos, a partir do tratamento empírico de uma variedade de infecções comunitárias da pele, tecidos moles e até mesmo pneumonias, além do uso indiscriminado de antimicrobianos para tratamento de infecções, estes microrganismos tornaram-se mais resistentes, mesmo a antibióticos como a oxacilina e a meticilina, resistentes à ação de enzimas chamadas Beta-lactamases, sendo denominados S. aureus resistentes a Meticilina (MRSA). Os MRSA passaram a apresentar um gene mutante denominado mecA, capaz de codificar uma enzima alternativa à PBP normal, chamada PBP2a, capaz de degradar esse anel β-lactâmico, o que tornou estas bactérias resistentes à meticilina, e uma bactéria resistente à meticilina é resistente a todos os tipos de β-lactâmicos.

Há anos atrás estas cepas MRSA estavam restritas aos hospitais, mas logo se disseminaram para centros de saúde de menor porte, bem como centros universitários ligados à área da saúde. Este dado é preocupante uma vez que pacientes infectados com MRSA apresentam probabilidade de morte até cinco vezes maior que pacientes infectados por S. aureus meticilina sensível. Profissionais da saúde estão sujeitos a serem colonizados com essa espécie multirresistente, tornando-se portadores sadios e disseminadores do mesmo, tanto em ambiente hospitalar como fora dele. Desta maneira, sendo também potenciais causadores de surtos hospitalares.

Além disso, S. aureus podem ser transferidos para equipamentos de segurança individual (EPI) como o jaleco (através de respingos, pois é muito comum em hospitais e ambulatórios), comumente utilizado por estudantes e profissionais da área da saúde, e serem disseminados para diferentes ambientes, apresentando possibilidade de contaminação cruzada e disseminação de microrganismos multirresistentes. As roupas são uma importante via de transporte  de  infecção  no ambiente hospitalar.  Desta forma, os jalecos dos profissionais da área de saúde, passam a ser o primeiro sítio de contato, sendo considerado um fômite. Foram estudados 70 S. aureus isolados de jalecos de universitários e 41 (58,5%) foram identificados como MRSA, pela positividade do gene mecA.

Os resultados obtidos neste estudo demonstram que cepas de MRSA podem ser isoladas em estudantes e profissionais da área da saúde, fato que torna o S. aureus um microrganismo de importância na Saúde Pública, pois a identificação e a realização de testes de sensibilidade resultam em tratamento adequado das infecções causadas por este microrganismo, além de alertar para a necessidade de orientações aos profissionais e estudantes como práticas de biossegurança e das técnicas apropriadas de higienização, enfatizando a importância da lavagem correta das mãos no controle da infecção adquirida na comunidade e nos hospitais, e manutenção dos EPI, como formas de contenção e controle de infecções, com o objetivo de realizar medidas de controle adequadas para evitar a disseminação deste microrganismo tanto em hospitais como na comunidade.

REFERÊNCIAS:

  • LIMA, K.; SOUZA, T.; SILVA, A. Avaliação da ocorrência de Staphylococcus aureus resistentes à meticilina em estudantes da área da saúde. Acesso em: 20 de jul. 2019. 
  • RIBEIRO, I. et al. Identificação de Staphylococcus aureus e Staphylococcus aureus resistente à meticilina em estudantes universitários. Acesso em: 20 de jul. 2019.
  • MORAES, I.; VILLARROEL, S.; PEREIRA, V. Detecção de resistência à meticilina e aos macrolídeos em Staphylococcus aureus isolados de jaleco. Acesso em: 20 de jul. 2019.

semana conhecendo impgConhecendo a UFRJ de 2018 aconteceu no período de 22 a 24 de maio. O evento tem como objetivo aproximar os alunos do ensino médio do ambiente universitário, apresentando a eles as pesquisas, os laboratórios e centros de ensino das unidades da UFRJ. A cada ano aumenta o número de escolas interessadas em participar. Hoje o evento conta com uma infraestrutura e uma dinâmica que concentra toda a recepção das escolas na Faculdade de Educação Física e Desportos. Assim, desse ponto, partem grupos para as visitas guiadas às unidades acadêmicas da Cidade Universitária.

Neste ano, a Micro participou com um estande, que foi coordenado pelas profs Tatiana Pinto e Gabriella Mendes, e tambem oferecendo palestras sobre o curso, com as profs Bernadete Carvalho, Renata Souto, Renata Picao, Rosana Barreto, Marinella Laport, Raquel Bonelli, Juliana Cortines, Selma Oliveira e Eliane Ferreira.

No estande, houve a participação de alunos do curso de graduação em Microbiologia que interagiram com os alunos do ensino médio com explicações sobre o curso aos alunos interessados.

Veja as fotos do evento:

collage conhecendo

  • sbctacnpqfaperjcapespetrobrassbm
  • rede de tecnologiafinep 2agencia de inovacaosebraeembrapanpi
  • projeto coralperiodicosCurta Logo Print 2cienciacommicrobios
Topo