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03 09 noticia Pasteur Covid 1Clarisa Beatriz Palatnik de Sousa – Professora Titular do Departamento de Microbiologia Geral – IMPG – UFRJ

Neste artigo de opinião reviso todas as iniciativas de desenvolvimento de vacinas contra COVID-19 até agosto de 2020. Atualmente existem 201 vacinas das quais 45 estão em testes clínicos e 156 em testes em animais. Isto é diferente do que ocorreu em outras pandemias humanas contra as quais se desenvolveu apenas uma única vacina. O controle dessas doenças como varíola, raiva, poliomielite, difteria, febre amarela, tétano, coqueluche, etc., se logrou através do uso sistemático dessas vacinas únicas no mundo todo.  Em contraste, as iniciativas atuais são múltiplas e envolvem algumas tecnologias que, por exemplo, não resultaram em vacinas licenciadas até agora. Comparo os resultados de eficácia obtidos em macacos, já que estes permitem predizer o possível sucesso em humanos. Apenas duas vacinas de vírus total inativado e uma vacina de adenovírus recombinante não replicante revelaram resultados dos seus ensaios em macacos. As vacinas de vírus total inativado foram testadas em mais animais e não podem provocar a doença, porque contém o germe morto e fixado. Elas geraram resposta imune e não geraram doença provocada por anticorpos. As vacinas inativadas impedem a infecção nos macacos e a sintomatologia bem como não deixam o vírus presente no nariz, faringe e pulmões. Desta forma elas protegem contra a infecção, doença e contágio permitindo a interrupção da epidemia. Em contraste, as vacina clonadas em adenovírus expressam apenas a proteína S2 do coronavírus, foram testadas em poucos animais e deixam os vírus presentes no pulmão e nasofaringe. Desta forma elas protegem contra a severidade da pneumonia, mas não impedem o contágio nem interrompem a epidemia.

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