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31 07 Microbiologia Novidade publicaestudoUm artigo publicado na Nature demonstrou que o desenvolvimento de quadros mais graves da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19, do inglês Coronavirus Disease 2019) está associado, principalmente, a uma resposta imune inadequada e que é possível prever o desenvolvimento da doença através de marcadores imunológicos. A pesquisa coordenada pela pesquisadora Akiko Iwasaki da Universidade de Yale apresenta a Dr. Carolina Gonçalves de Oliveira Lucas como uma das principais autoras do trabalho. A Dr. Carolina fez toda a sua formação acadêmica no Instituto de Microbiologia Paulo de Góes/UFRJ. Ela é formada pelo curso de graduação em Ciências Biológicas: Microbiologia e Imunologia, desenvolveu sua dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciências (Microbiologia) e sua tese doutorado no Programa Ciências (Imunologia e Inflamação), sempre sob a orientação da Profa. Luciana Barros de Arruda.

Neste estudo, os pesquisadores investigaram parâmetros imunológicos e clínicos de 113 pacientes, entre casos moderados (fora da UTI) e casos graves (na UTI), ao longo do período de 3 a 53 dias após o aparecimento de sintomas. Os resultados permitiram que os pacientes fossem divididos em grupos baseados no perfil da resposta imunológica. Nos primeiros dias, pacientes com doenças moderadas e severas apresentaram parâmetros imunológicos semelhantes. Contudo, a partir de um determinado tempo, cerca de dez dias após o aparecimento dos sintomas, os pacientes que desenvolveram uma doença moderada apresentaram maiores quantidades de moléculas envolvidas com proteção e reparo tecidual e as quantidades de diversas citocinas pró-inflamatórias começaram a diminuir. Por outro lado, pacientes que evoluíram para casos graves apresentaram redução nas quantidades dos fatores de proteção tecidual, manutenção de fatores pró-inflamatórios e o estabelecimento de novas correlações entre estes fatores e a progressão e severidade da doença. De fato, casos envolvendo distúrbios de coagulação e os óbitos registrados estavam majoritariamente associados a este segundo grupo. Os pacientes internados na UTI também foram divididos em grupos a partir do perfil das citocinas encontradas. Ou seja, dependendo das citocinas que estavam elevadas, a incidência de coagulopatias e mortes era maior.

De forma interessante, a carga viral sempre estava correlacionada com as quantidades de citocinas envolvidas com funções antivirais, independentemente da gravidade da doença. Além disso, muitas destas citocinas estavam elevadas no início da infecção. Isso sugere que a resposta inflamatória ocorre em resposta à quantidade de vírus, mas que as proteínas antivirais não são suficientes para controlar a infecção em alguns casos.

O conjunto de dados deste artigo sugere que é possível prever a progressão e gravidade da doença através de marcadores imunológicos precoces. Desta forma, estratégias terapêuticas poderiam ser traçadas com o objetivo de reduzir os efeitos deletérios de citocinas próinflamatórias ou promover a tolerância dos tecidos à inflamação.

Confira o artigo na íntegra AQUI

30 07 Microbiologia TomeNota lucianaloboLuciana Lobo, mestra em Ciências Biológicas pelo IMPG, professora de yoga, instrutora de Pranic Healing e diretora do YOGAPICs - um espaço para unir a youga, outras práticas e a ciência - acaba de lançar um livro que traz a sua valorosa experiência no processo de tratamento de um câncer.

"O que aprendi com minhas células rebeldes?" não se trata de um livro de autoajuda, mas como a autora pontua, é um livro sobre o afeto e o aprendizado da condição humana em nível profundo. Um relato emocionante, permeado por humor e uma visão realista da sua jornada através do tratamento.

Sinopse

A jornada de O que aprendi com minhas células rebeldes? conta a história de Luciana Lobo, começando com o diagnóstico do câncer de mama, passando pela definição do protocolo de tratamento e pelas sessões de quimioterapia, seus efeitos colaterais duros e o efeito dos corticoides, que a deixaram insone, mas criaram o espaço para o desenvolvimento de três projetos que beneficiam pacientes oncológicos e ampliam o tema.

Ela chamou seu câncer de “minhas células rebeldes”, porque o que dá origem a ele, como ela explica, é a “rebeldia” das células egoístas, que se multiplicam de forma desordenada e sem controle, dividindo-se mais rápido que outras. Esse excesso de células vai invadindo todo o organismo, adoecendo o corpo e dá origem aos tumores malignos. Suas “células rebeldes” já chegaram ensinando que, mais do que nunca, ela precisaria ser paciente. E resiliente.

Atualmente, Luciana está em remissão, mas entendeu que escrever um livro falando da sua experiência poderia beneficiar um número maior de pessoas. Ela não tem a pretensão de ensinar ninguém a passar por uma doença, mas quis aproveitar a oportunidade de crescimento desse momento e compartilhar o que aprendeu.

Este livro tem o olhar dela, imbuído de um exercício constante de transformar o que poderia ser algo negativo, ruim, em algo positivo, em força vital e materialização de sonhos.

24 07 Microbiologia PosGraduacao marianaramundoO estudo “Evolution and epidemic spread of SARS-CoV-2 in Brazil” acaba de ser publicado na Science (Science 23 Jul 2020: DOI: 10.1126/ science.abd2161)  e possui como co-autores Dra. Mariana Severo Ramundo, egressa do nosso Programa de Pós-graduação em Ciências (Microbiologia), além de colegas da UFRJ, como o Prof. Amilcar Tanuri, e colaboradores do LNCC, como Ana Tereza Ribeiro Vasconcelos. Este foi um amplo estudo multicêntrico envolvendo pesquisadores de diversas instituições de pesquisa no Brasil e ainda da França, Bélgica e Reino Unido.

No Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, Mariana Ramundo realizou seu Bacharelado, Mestrado e Doutorado, tendo como orientadora Dra. Agnes Marie Sá Figueiredo. No momento, Mariana encontra-se realizando um Pós-doutorado no laboratório da Dra. Ester Sabino (uma dos corresponding authors deste estudo), no Instituto de Medicina Tropical, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Neste interessante artigo, utilizando um modelo de transmissão orientado pela mobilidade, os pesquisadores demonstraram que as intervenções não farmacêuticas reduziram o número de reprodução de >3 para 1-1,6 em São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, o sequenciamento de mais de 400 novos genomas virais e as análises de um conjunto de dados genômicos, geograficamente representativo, identificou >100 introduções internacionais do SARS-CoV-2 no Brasil. Através de dados filogenéticos, pode-se inferir que a maioria das cepas brasileiras se agrupou em três clades e foi introduzida no Brasil a partir da Europa, entre 22 de fevereiro e 11 de março de 2020. Durante a fase epidêmica inicial, os autores descobriram que o SARS-CoV-2 se espalhou, principalmente, de maneira local e dentro das fronteiras do estado. Após esse período, apesar das acentuadas quedas nas viagens aéreas, múltiplas exportações do vírus, a partir dos grandes centros urbanos, foram observadas, sendo que estas coincidiram com um aumento de 25% nas distâncias médias percorridas em voos nacionais. Este estudo traz, sem dúvida, novos insights sobre a transmissão epidêmica e trajetórias evolutivas das linhagens SARS-CoV-2 no Brasil, além de fornecer evidências de que as intervenções atuais são insuficientes para manter a transmissão do vírus sob controle no país.

Quem se interessar pelo estudo e quiser saber além deste resumo do abstract, poderá acessar o artigo AQUI

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