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13 07 Microbiologia Lambeijo graduacao

Por Rebeca Brum, Carina Souza, Daniela de Brito, Juliana Santos. Matéria escrita na disciplina de extensão de integração acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas: Projeto de extensão: SAÚDE É NOTÍCIA - OFICINA DE REDAÇÃO CIENTÍFICA Divulgação - Crítica - Síntese. Creditação da extensão no Instituto de Microbiologia.

A bactéria Capnocytophaga canimorsus é comum em saliva de cães, gatos e já foi encontrada até em humanos. Ela é responsável por casos de sepse (infecção com repercussões generalizadas) em pacientes. Apesar de raros, 30% dos casos de sepse por C. canimorsus são fatais. A infecção pode ocorrer após pequenas mordidas, arranhões ou até lambidas.

Prevalente em cães (cerca de 74% são positivos) e gatos (cerca de 57%), até o momento, mais de 480 casos de infecções por C. canimorsus em humanos foram descritos. O grande número de casos associados à saliva canina pode estar relacionado ao hábito recorrente que os cães têm de lamberem seus donos.

Conhecida por causar infecções localizadas, a C. canimorsus é como endocardite e meningite, e está associada com bacteremia (infecção documentada na corrente sanguínea) e sepse (infecção, que pode ser ou não documentada na corrente sanguínea, acompanhada de manifestações generalizadas e distúrbios circulatórios). As pessoas em maior risco de desenvolver essas infecções são pacientes asplênicos (sem baço), pessoas que fazem uso abusivo de bebidas alcoólicas, os fumantes inveterados e pessoas com o sistema imune comprometido.

Embora os pacientes infectados apresentem um histórico de imunossupressão, constata-se que um número significativo não tem um fator de risco óbvio. Assim, C. canimorsus não pode ser considerado um patógeno exclusivamente oportunista.  

A infecção por C. canimorsus apresenta uma gama de sinais e sintomas. Em alguns pacientes observa-se inicialmente, apenas uma reação no local da mordida, sem sinais de infecção, mas que apresenta um quadro evolutivo ao longo de alguns dias, identificado por sintomas como fadiga, dor abdominal, e falta de ar. Outros, principalmente os pacientes imunodeficientes, podem apresentar um curso rápido e grave da infecção. Nestes casos, pode-se diagnosticar a presença de sepse, meningite, osteomielite, peritonite, endocardite, pneumonia ou artrite séptica, além de necrose de membros. A causa mais comum de morte entre os pacientes com infecção por C. canimorsus é um choque séptico. Os pacientes com mais de 50 anos são mais vulneráveis ao desenvolvimento de choque séptico.

A exposição humana à flora oral de um cão pode ocorrer através de uma mordida ou arranhão ou até mesmo pelo convívio frequente e próximo com o animal, representando uma ameaça à saúde do dono. Na maioria dos casos, a infecção ocorre após uma mordida de cachorro.

O isolamento e a identificação das bactérias a partir do material biológico não é fácil e muitas vezes demorado, devido ao lento crescimento das bactérias em meios microbiológicos, por ser um organismo exigente e de crescimento lento,  sua cultura e isolamento são difíceis. 

A amoxicilina com ácido clavulânico é considerada a droga de escolha usada na profilaxia das infecções por C. canimorsus. Mesmo com a administração de terapia antimicrobiana adequada, a bacteremia induzida por C. canimorsus pode evoluir para uma doença debilitante ou choque séptico.

Em particular, C. canimorsus são resistentes à morte por mecanismos observados comumente para outras bactérias. A melhor forma de tratar esse tipo de doença é por meio do uso de antibióticos, juntamente com acompanhamento médico.

Quanto antes se procurar ajuda profissional, maiores são as chances de recuperação. Uma forma de prevenção dessa doença é o cuidado com o seu animal de estimação. Mantenha-o sempre limpo, cuidando bem da higiene do animal, da alimentação e, principalmente, evite contatos diretos a sua com boca/saliva.

Referências:

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FEIGE, K , Pia Hartmann, J. T. Lutz. “Fulminante Sepsis nach Capnocytophaga-canimorsus-Infektion”. Anaesthesist; 67:34–37. 2018.

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RENZI F, Manfredi P, Dol M, Fu J, Vincent S, Cornelis GR. Glycan-foraging systems reveal the adaptation of Capnocytophaga canimorsus to the dog mouth. mBio6(2):e02507-14. 2015.

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