Por Stefanie Camargo. Aluna do curso de graduação em Ciências Biológicas Microbiologia e imunologia, 3º período. Matéria escrita na disciplina de extensão de integração acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas: Divulgação Científica: para entender melhor o mundo. Creditação da extensão no Instituto de Microbiologia.
Você sabe no que consiste o processo de fermentação? No que ele pode ser útil? Então vou te explicar. Inicialmente os processos fermentativos são caracterizados pela ausência de oxigênio em seu processo bioquímico em meio a fungos e bactérias como forma de obtenção de energia para manutenção sua sobrevivência no meio.
Independentemente do ser que esteja realizando a fermentação, ela sempre ocorre no citosol da célula com ajuda de enzimas catalizadoras com a finalidade de obtenção de ATP (molécula responsável pelo fornecimento “moeda” de troca energética da célula. Pode-se dizer então, que a fermentação é uma via de produção energética que ocorre após a glicólise (A glicólise é um processo químico no qual fosfatos (P) são incorporados à molécula de glicose para obtenção de energia após a quebra da mesma molécula.).
Existem três tipos de fermentação: a alcoólica, a lática e a acética. A fermentação alcoólica comumente utilizada na produção de cervejas e vinhos recebe essa denominação devido a produção de etanol + CO2 no seu produto final, possibilitada inicialmente pela descarboxilação do ácido pirúvico, é realizada principalmente pela levedura Sacharomyces cerevisiae. A fermentação lática é realizada de maneira exclusiva por bactérias, especificamente por lactobacilos, ocorre quando a glicólise tem como principal mediador a glicose ou a galactose, obtida a partir da quebra de uma molécula de lactose (açúcar presente no leite). Na glicólise com os derivados da lactose, temos a formação de ácido pirúvico, ATP e NADH2, em vez de NADH, usa-se esse tipo fermentativo na produção de leites e iogurtes. A fermentação acética caracteriza-se pelo ácido acético (principal composto do vinagre) como seu componente final, ocorre quando o etanol entra em contato com espécies específicas e bactérias (Pseudomonaceae, Acetobacter ou Gluconobacter.) transformando-o em ácido acético por oxidação. Estes processos biológicos para obtenção de energia são comumente observados no estudo bioquímico para a compreensão do funcionamento de diversos organismos e seu papel no meio ambiente e para nos auxiliar no dia a dia com a utilização desses processos pela indústria, a ciência está sempre mais perto do que imaginamos!