Logo do Site

21 05 Microbiologia posPor Renata Silva de Lima. Aluna do curso de graduação em Enfermagem, 5º período. Matéria escrita na disciplina de extensão de integração acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas: Projeto de Extensão Ciência com Microbios. Creditação da extensão no Instituto de Microbiologia.

A bactéria Staphylococcus aureus, encontrada na microbiota humana, em determinadas circunstâncias pode provocar desde simples às mais graves infecções, sendo considerada a de maior virulência do seu gênero. Sua enorme capacidade de adaptação e resistência à maioria dos antimicrobianos, colocou-a atualmente entre as espécies mais  importantes  nas infecções hospitalares e por estar presente na pele e nasofaringe, torna-se difícil a erradicação de S. aureus dos ambientes, principalmente o hospitalar.

Com a ampla utilização de antimicrobianos beta-lactâmicos, a partir do tratamento empírico de uma variedade de infecções comunitárias da pele, tecidos moles e até mesmo pneumonias, além do uso indiscriminado de antimicrobianos para tratamento de infecções, estes microrganismos tornaram-se mais resistentes, mesmo a antibióticos como a oxacilina e a meticilina, resistentes à ação de enzimas chamadas Beta-lactamases, sendo denominados S. aureus resistentes a Meticilina (MRSA). Os MRSA passaram a apresentar um gene mutante denominado mecA, capaz de codificar uma enzima alternativa à PBP normal, chamada PBP2a, capaz de degradar esse anel β-lactâmico, o que tornou estas bactérias resistentes à meticilina, e uma bactéria resistente à meticilina é resistente a todos os tipos de β-lactâmicos.

Há anos atrás estas cepas MRSA estavam restritas aos hospitais, mas logo se disseminaram para centros de saúde de menor porte, bem como centros universitários ligados à área da saúde. Este dado é preocupante uma vez que pacientes infectados com MRSA apresentam probabilidade de morte até cinco vezes maior que pacientes infectados por S. aureus meticilina sensível. Profissionais da saúde estão sujeitos a serem colonizados com essa espécie multirresistente, tornando-se portadores sadios e disseminadores do mesmo, tanto em ambiente hospitalar como fora dele. Desta maneira, sendo também potenciais causadores de surtos hospitalares.

Além disso, S. aureus podem ser transferidos para equipamentos de segurança individual (EPI) como o jaleco (através de respingos, pois é muito comum em hospitais e ambulatórios), comumente utilizado por estudantes e profissionais da área da saúde, e serem disseminados para diferentes ambientes, apresentando possibilidade de contaminação cruzada e disseminação de microrganismos multirresistentes. As roupas são uma importante via de transporte  de  infecção  no ambiente hospitalar.  Desta forma, os jalecos dos profissionais da área de saúde, passam a ser o primeiro sítio de contato, sendo considerado um fômite. Foram estudados 70 S. aureus isolados de jalecos de universitários e 41 (58,5%) foram identificados como MRSA, pela positividade do gene mecA.

Os resultados obtidos neste estudo demonstram que cepas de MRSA podem ser isoladas em estudantes e profissionais da área da saúde, fato que torna o S. aureus um microrganismo de importância na Saúde Pública, pois a identificação e a realização de testes de sensibilidade resultam em tratamento adequado das infecções causadas por este microrganismo, além de alertar para a necessidade de orientações aos profissionais e estudantes como práticas de biossegurança e das técnicas apropriadas de higienização, enfatizando a importância da lavagem correta das mãos no controle da infecção adquirida na comunidade e nos hospitais, e manutenção dos EPI, como formas de contenção e controle de infecções, com o objetivo de realizar medidas de controle adequadas para evitar a disseminação deste microrganismo tanto em hospitais como na comunidade.

REFERÊNCIAS:

  • LIMA, K.; SOUZA, T.; SILVA, A. Avaliação da ocorrência de Staphylococcus aureus resistentes à meticilina em estudantes da área da saúde. Acesso em: 20 de jul. 2019. 
  • RIBEIRO, I. et al. Identificação de Staphylococcus aureus e Staphylococcus aureus resistente à meticilina em estudantes universitários. Acesso em: 20 de jul. 2019.
  • MORAES, I.; VILLARROEL, S.; PEREIRA, V. Detecção de resistência à meticilina e aos macrolídeos em Staphylococcus aureus isolados de jaleco. Acesso em: 20 de jul. 2019.
  • sbctacnpqfaperjcapespetrobrassbm
  • rede de tecnologiafinep 2agencia de inovacaosebraeembrapanpi
  • projeto coralperiodicosCurta Logo Print 2cienciacommicrobios
Topo