O professor Jorge Almeida Guimarães a frente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), desde outubro de 2015, assume o desafio de aproximar universidades e empresas para acelerar a inovação no Brasil.
“ Na relação com a indústria, os pesquisadores precisam aprender a lidar com prazos, metas, valor de mercado etc. Muitos deles acreditam que suas pesquisas têm valor, mas nem sabem se há mercado para aquilo em que estão trabalhando”, diz Gumarães.
A Embrapii parte da aproximação com as universidades, públicas e privadas, através das chamadas públicas para grupos de cientistas que atuam em centros de pesquisa acadêmica. Os grupos aprovados tornam-se unidades da Embrapii, que chancela os grupos por meio de um selo que os identifica como suas unidades.
A Instituição conta hoje com 13 unidades. Em cada uma delas pode haver um ou mais projetos em andamento. As áreas de atuação são as mais diversas, por exemplo, há uma unidade de engenharia submarina na Coppe/UFRJ; uma de polímeros no Senai do Rio Grande do Sul.
A Embrapii entra com um terço dos recursos financeiros necessários à pesquisa. As empresas privadas envolvidas no projeto respondem por mais um terço. O restante é financiado pela instituição de pesquisa na qual está a unidade, na forma de salários para os pesquisadores, uso de laboratórios etc. “ Isso reduz o risco para as companhias. De outra forma, elas teriam de fazer o investimento total sozinhas”, afirma Guimarães.
Atualmente, cerca de 30 empresas trabalham com as unidades da Embrapii. A Instituição acredita que esse modelo de parceria beneficia a ambos os lados, para os cientistas, possibilita que suas pesquisas se transformem em produtos e cheguem ao mercado, para as empresas, trata-se de uma forma de inovar sem ter que criar seu próprio braço de pesquisa e inovação.
A Embrapii tem a previsão de investimento de cerca de R$ 1,5 bilhões em projetos no prazo de seis anos. Os recursos vêm dos ministérios da Ciência e Tecnologia e da Educação. No momento estão sendo avaliados 19 projetos de R$ 40 milhões. A biodiversidade é uma das áreas que vão merecer mais atenção da Embrapii.
O perfil dos projetos desenvolvidos nas unidades Embrappi é de pesquisas de curto prazo, que duram entre um e dois anos, mas as unidades da Embrapii têm até seis anos para trabalhar com seus clientes. Ainda não foi definido se depois desse período cada unidade terá de passar por um novo processo de qualificação ou se haverá mecanismos de renovação automática.
Fonte: Embrapii.