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24 06 Microbiologia novidades sequenciamentoPor Glauber Araujo. Aluno do curso de graduação em Ciências Biológicas Microbiologia e imunologia, 5º período. Matéria escrita na disciplina de extensão de integração acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas: Divulgação Científica: para entender melhor o mundo. Creditação da extensão no Instituto de Microbiologia.

O Cenário mundial apresenta esforços concentrados em pesquisas que tragam conhecimento e possíveis formas de contenção e tratamento do COVID-19, o novo coronavírus, que surgiu na China, na região de Wuhan, e possui forte parentesco com os vírus causadores da SARS e da MERS.

Este novo vírus respiratório é extremamente infeccioso e já levou a contaminação de mais de 100 mil pessoas em 116 países diferentes, carregando atualmente o status de pandêmico e encontra-se distribuído por todos os continentes.

Para entender as formas de atuação do vírus e conseguir alcançar algum tipo de tratamento no futuro, se faz necessário a compreensão da biologia molecular que envolve o COVID-19, ou seja, de como é o genoma do vírus e como ele funciona. Pesquisadores brasileiros conseguiram sequenciar em 48 horas (e em tempo real!) o genoma do COVID-19, auxiliando frentes de pesquisa no mundo inteiro.

Entretanto, o processo de sequenciamento e o sua utilidade não são muito difundidos fora do meio acadêmico. Desse modo, a intenção desse texto é tentar simplificar as informações sobre o método sequenciamento,  sua utilidade e as razões pelas quais este é um feito incrível.

Sequenciamento genético seria a forma de desvendar a sequência de bases nitrogenadas de um genoma qualquer, sendo as bases representadas pelas letras A, T, C, G e U. No caso do COVID-19, o genoma é constituído por RNA fita simples, ou seja, sua sequência só envolve as bases A, U, C e G. Existem várias técnicas diferentes para se determinar qual é a sequência de um determinado genoma, tais técnicas são usadas em laboratório, entretanto estas são bastante demoradas e costumam levar meses para serem determinadas. Na Itália, por exemplo, o sequenciamento da cepa viral circulante demorou mais de 2 meses. Também são problemáticas no que se refere a genomas de RNA, pois precisam ser copiadas como DNA para então serem sequenciadas.

No caso do sequenciamento do COVID-19, uma tecnologia nova no mercado foi utilizada para tal feito, chamada de Nanopore, que realiza a técnica de forma mais rápida e não precisa tornar o RNA em DNA para sequenciar, podendo fazer o sequenciamento diretamente da fita original de RNA. O método utilizado por ela se dá pela passagem da fita de nucleotídeos por uma membrana sintética com nanoporos proteicos. A membrana possui uma carga elétrica e um nanosensor que detecta a carga que passa pela membrana. Uma vez que a fita passe pelo poro, uma base nitrogenada por vez, a carga da membrana varia de formas diferentes para cada base, e o sensor detecta essa variação de forma a associar tal variação com a base nitrogenada específica que a gera. A partir desse método, utilizando o dispositivo MiniON (um aparelho portátil do tamanho de um pen drive).  Os pesquisadores da USP conseguiram um feito incrível para a ciência, pois, a partir da sequência, eles podem prever as proteínas que o vírus cria e tentar descobrir de onde veio o vírus e como ele se tornou infeccioso, de que forma ele infecta os hospedeiros, como ele se replica. É possível também saber se o vírus está mudando e até mesmo descobrir algum alvo possível para medicamentos e/ou vacinas.

Por mais que a pesquisa brasileira possua limitações e barreiras, a ciência desenvolvida no Brasil apresenta alto nível de qualidade e comprometimento de seus cientistas. Ambos reconhecidos internacionalmente.

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