Por: Andréa Pestana

Uma mancha opaca que encobre parte do Oceano Atlântico vem sendo observada há dias por imagens capturadas por satélites, na Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).

De acordo com relatório do Órgão o fenômeno foi observado inicialmente em uma área do oeste da África há cinco dias e já percorreu uma distância de 5mil km pelo mar até o Caribe, passando em partes dos continentes americano, com a Venezuela. Especialistas informam que a coluna de poeira do Saara poderá alcançar áreas do norte da América do Sul, Central e da Costa do Golfo dos Estados Unidos nos próximos dias.

A preocupação dos especialistas é com a quantidade de partículas existentes na espessa nuvem, caracterizada por uma massa de ar muito seco e com poeira do deserto africano. Os especialistas a chamam “nuvem de poeira Godzilla”. Embora esse fenômeno ocorra a cada ano, a especialista Olga Mayol do Instituto de Estudos de Ecossistemas Tropicais da Universidade de Porto Rico pontuou que a atual nuvem tem uma concentração de partículas de poeira mais alta em comparação com os últimos 50 anos.

O Interesse direto do IMPG nos efeitos desse fenômeno:

Segundo informações da NOAA, a cada ano a coluna é composta por mais de cem milhões de toneladas de poeira saariana e que é possível que algumas partículas já tenham chegado ao Rio Amazonas.

Bem definida por Godzilla por suas dimensões, a Coluna tem entre três e cinco quilômetros de espessura e a altura de um a dois quilômetros na atmosfera.

Como um fenômeno natural e sazonal ele contribui de diversas formas para os ciclos da natureza. O calor da camada estabiliza a atmosfera quando o ar quente da nuvem passa por cima de ares mais frios e densos. Além disso, a temperatura do planeta é regulada pela absorção da luz solar pela poeira mineral da Coluna, como explicam os especialistas da NOAA.

Solos e oceanos são impactados, os minerais contidos na poeira repõem os nutrientes nos solos das Zonas Tropicais que em março são afetados pelas chuvas, quando do fechamento do verão. Os oceanos recebem nutrientes químicos, que podem ajudar a vida nos oceanos. No entanto, os especialistas da NOAA alertam que a presença de elementos tóxicos na Coluna pode ser prejudicial para algumas espécies como os corais.

Que perigos esse fenômeno traz para a vida humana?

Para o Brasil, atual epicentro da pandemia Coronavirus-19, que segundo dados do Ministério da Saúde, do dia 19 de junho foram registrados 1.179 novos óbitos em 24 horas. A perspectiva de ser atingido por uma coluna de poeira agrava sobremaneira o estado de alerta pelo qual o país já vem passando.

Autoridades sanitárias alertam que o ar seco e empoeirado tem 50%  menos umidade do que a atmosfera tropical típica o que poderá trazer problemas de pele e sobrecarga nos pulmões. Além de atingir ao grupo de pessoas alérgicas provocando problemas respiratórios e irritações nos olhos.

Fonte: BBC