No período de 28 a 30 de agosto foi realizado o processo seletivo para professor substituto do departamento de Microbiologia Geral, cumprindo o edital No. 490 de 15 de agosto de 2017.
Com quatro inscrições, o processo seletivo contou com a participação efetiva de dois dos candidatos, tendo sido a vaga ocupada pela candidata Juliana Cunha Vidal que alcançou o primeiro lugar no concurso. O segundo colocado foi Gustavo Miranda Rocha.
Por Antônia Ferreira
Aluna do curso de graduação em Ciências Biológicas Microbiologia e imunologia, 5º período.
Matéria escrita na disciplina de extensão de integração acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas: Microbiologia e Imunologia. Creditação da extensão no Instituto de Microbiologia.
O sistema imune engloba funções muito distintas e importantes para o funcionamento do organismo. O primeiro papel desempenhado por ele que podemos citar é o reconhecimento e respeito pelo ‘’self’’ (próprio). Esse sistema é responsável por reconhecer produtos celulares próprios como hormônios, organelas e outras estruturas sem estabelecer uma resposta contra elas. O segundo papel é reconhecer o não ‘’self’’- partículas não próprias que podem ser bactérias, vírus e toxinas, por exemplo - e ser capaz de destruí-lo. A terceira função, e não menos importante, é a habilidade de reconhecer quando o ‘’self’’ foi modificado (anormal) e destruí-lo, nesse caso temos as células tumorais ou mutantes.
O conceito de homeostase, muito usado na imunologia, nada mais é que equilíbrio no organismo, e este, junto com a tolerância resultam em um mecanismo regulatório que previne autoimunidades e várias doenças. Autoimunidade, que é uma autorreatividade, pode ser mantida sob controle quando estiver em condições normais. Como uma das principais funções do sistema imune é fazer o reconhecimento das estruturas próprias do organismo, a autoimunidade está normalmente presente em todos os indivíduos saudáveis e tem um papel importante na regulação de vários processos biológicos.
A homeostase é muito importante para manter a autoimunidade sob controle, de modo que essa característica intrínseca de todos nós não saia do controle e se torne uma vilã. O desenvolvimento de doenças degenerativas, por exemplo, pode ser evitado através da autoimunidade, uma vez que o sistema imune reconhece e destrói partículas e/ou células próprias que foram modificas e estão prejudicando o organismo de alguma forma. Doenças autoimunes são um complexo grupo de doenças crônicas resultantes de interações entre fatores genéticos, epigenéticos (modificações no DNA que são estáveis ao longo de divisões celulares, mas não envolvem mudanças na sequência de DNA), hormonais e ambientais. Essa sua origem multifatorial significa que sua causa exata ainda é desconhecida.
Dados atuais nos mostram que cerca de 3% a 5% da população em geral é afetada pelas doenças autoimunes, porém podemos observar que algumas populações são mais suscetíveis. Essa susceptibilidade está relacionada com o background genético, mas também está associado com fatores ambientais. Um fato interessante é que 80% dos casos reportados de doenças autoimunes são encontrados em mulheres em idade reprodutiva, mostrando também a importância dos hormônios.
Alguns órgãos e tecidos são mais frequentemente afetados, como por exemplo, glândulas endócrinas (tireoide e pâncreas), componentes do sangue (glóbulos vermelhos e plaquetas) e tecido conjuntivo. Mas, além disso, as doenças autoimunes podem ser sistêmicas, como o lúpus eritematoso sistêmico ou contra um órgão ou tecido específico, como a tireoidite de Hashimoto (glândula tireoide), que é uma inflamação na tireoide, levando ao hipertireoidismo e frequentemente seguida por hipotireoidismo. Os sintomas dessa tireoidite são os mesmos do hipotireoidismo: excesso de peso, pele fria e pálida, bócio e baixa tolerância ao frio. O tratamento dessa doença é feito com hormônio e o paciente deve voltar constantemente ao médico para realizar novos exames para controlar a doença.
Porém, os sinais e sintomas de doenças autoimunes podem ser facilmente confundidos com outras doenças, o que torna o diagnóstico mais difícil. O que é muito importante para diagnosticar essas doenças é uma análise minuciosa da história clinica do paciente, pois trata-se de uma condição que envolve muitos fatores e apenas levando todos eles em consideração um bom diagnóstico pode ser feito.
Nedai - Doenças Auto Imune
Tua Saúde - Tiroidite de Hashimoto
CORONEL-RESTREPO, N. et al. Autoimmune diseases and their relation with immunological, neurological and endocrinological axes. Autoimmunity Reviews, Cali, 16 (684-692), 2017.
GRAVINA, G. et al. Survivin in autoimmune diseases. Autoimmunity Reviews, Gothenburg, 2017.
Clique aqui para conferir a lista dos candidatos inscritos para o Processo Seletivo (Professo Substituto).
ATENÇÃO
Prova escrita dia 27/06/2017 às 9h.
Prédio do CCS - Bloco D Sala D-027
Havendo duvidas, contate 3938-6748 - Sheila