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29 06 Microbiologia Noticia1Por Matheus Apolinário, aluno do curso de graduação em Ciências Biológicas Microbiologia e imunologia, 3º período. Matéria escrita na disciplina de extensão de integração acadêmica do Curso de entender melhor o mundo. Creditação da extensão no Instituto de Microbiologia.

Não é de hoje que bacteriófagos são mencionados e relacionados com a área da saúde; na verdade, desde a sua descoberta no século passado eles têm sido estudados e utilizados no combate a doenças bacterianas, dando origem ao que chamamos de “fagoterapia”.

Mas para compreender melhor os bacteriófagos e entender o porquê do seu potencial de aplicação na medicina, antes é preciso esclarecer o que são e a sua importância biológica.

Os vírus, classe à qual os bacteriófagos pertencem, podem ser definidos como a partícula biológica mais abundante na face da Terra, tão pequenos quanto as bactérias e os fungos, têm como característica principal a ausência de metabolismo. Os vírus são entidades biológicas que evoluíram ao longo do tempo em conjunto com outras formas de vida conhecidas e desconhecidas, o que possibilitou o surgimento dos mais variados tipos.

Desde as bactérias até os seres humanos, os vírus conseguem infectar a estrutura celular para se difundir pelo ambiente, sendo muito específicos e só capazes de afetar células para as quais foram projetados biologicamente para reconhecer.

Em termos estruturais, os vírus são simples, e de modo geral, fazem parte da sua estrutura o capsídeo, o cerne, podendo conter material genético de DNA ou RNA que são os receptores para identificação celular e podem apresentar ou não um envelope viral.

Justamente devido a sua simplicidade, os vírus não possuem toda a complexidade de um maquinário biológico como outros seres microscópicos, eles necessitam de células para se reproduzir e garantir a sua sobrevivência. Assim, ao reconhecer e infectar uma célula, o vírus assume o controle e utiliza toda a estrutura celular para receber o seu material genético e produzir mais partículas virais, ocasionando posteriormente o rompimento estrutural e a liberação do conteúdo interno juntamente com os novos vírus formados, possibilitando a continuidade do ciclo viral.

Fazendo-se uso das características de alta especificidade e controle biológico

dos vírus, o ser humano foi capaz de desenvolver uma tecnologia medicinal para tratar doenças causadas por bactérias.

De modo geral, a fagoterapia trabalha com a utilização de vírus específicos para a bactéria (bacteriófagos) causadora da doença como tratamento, aproveitando-se principalmente do fato desses agentes infecciosos não afetarem as células humanas, reconhecendo apenas as células bacterianas de interesse, e de terem a capacidade de autorreplicação. Embora seu estudo e utilização tenham sido ofuscados na história pelo surgimento dos antimicrobianos, países de parte da Europa como Rússia, Geórgia e Polônia investiram em pesquisas e dominam o campo da fagoterapia até hoje. Com o surgimento alarmante de novas espécies bacterianas resistentes, cada vez mais, aos antibióticos, tem-se tornado necessário o desenvolvimento de novas técnicas metodologias terapêuticas com o intuito de se combater esses patógenos multirresistentes e a fagoterapia vem demonstrando ser uma boa candidata.

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