O Rio de Janeiro já pode dizer que tem uma cerveja de corpo (ou copo) e alma carioca. A equipe coordenada pelo professor Marco Miguel do Instituto de Microbiologia da UFRJ desenvolveu uma cerveja fermentada com uma levedura que é carioca até no nome: Saccharomyces cariocanus.
A levedura foi isolada da Mata Atlântica no Rio de Janeiro pelo professor já aposentado Dr. Allen Hagler. A equipe do Professor Marco Miguel estudando a coleção do Instituto de Microbiologia buscou microrganismos com potencial para uso como fermentos em cervejarias. Dentre vários microrganismos com potencial, uma estirpe da espécie S. cariocanus se destacou.
O organismo apresentou versatilidade, sendo possível a produção de diferentes tipos de cervejas. Segundo o professor Marco Miguel, atualmente o Brasil tem um importante papel no mercado mundial, tanto como produtor, quanto consumidor de cervejas. Muito embora, o país ainda não tenha desenvolvido uma identidade nesse setor.
“Ainda que exista uma crescente produção de malte nacional e uma vestigial produção de lúpulo, a rica biodiversidade brasileira apresenta um potencial para que tenhamos um papel mais significativo na produção mundial de novos fermentos“.
No caso da levedura Saccharomyces cariocanus, as cervejas produzidas têm como característica aroma e sabor complexos, que podem lembrar as cervejas belgas, seu aroma nos remete a uma caminhada pela Floresta da Tijuca no Rio de Janeiro, uma característica marcante da levedura, afirma o prof. Marco Miguel.
“Estamos aumentando os estudos e esperamos em breve fazer uma produção em escala industrial. A cerveja, que já tem nome: 'Cariocana', depende agora de uma parceria para produção e comercialização em escala industrial“. Professor Marco Miguel